Deus tava de cara. A deusa pela qual havia sido apaixonado, tinha trocado ele por um cara qualquer e era natal. O natal por si so ja nao era a data preferida dele, nessas condicoes entao, era pior ainda. Na vespera do aniversario do filho, tava debaixo das cobertas no escuro e pensanso: "tudo que eu consegui com ela foi um filho bastardo e verrugas venerias".
Depois de muito pensar nas verrugas do bilau, enquanto ouvia titas, chegou a conclusao que precisava de diversao.
Pergunte pra Deus
24/12/2011
Natal divertido
22/11/2011
Quando deus resolveu entregar envelopes
Eu estou triste, acabei com o meu futuro, como se eu tivesse batido o dedinho do pé numa quina qualquer e a dor fosse eterna. E então, tentando esquecer esse sentimento que me devora por dentro, eu resolvi tentar transcrever algum bom momento, de inspiração e alegria.
O problema que quando a gente tá pra baixo, pensando nas merdas que fez e como normalmente as pessoas são incapazes de corrigir os seus próprios erros, eu não consigo pensar em nada que satisfaça o meu desejo por alegria. Mas entao eu me lembrei de um dia em que deus tirou uns dias de folga e resolveu aproveitar como se fosse um ser humano comum. Desceu até a terra e decidiu que iria entregar cartas.
Ele pensou consigo mesmo: "O que poderia ser melhor que ser um carteiro no Brasil?" Ser deus é que não era, tinha muitas responsabilidades, muitos afazeres e respostas pra dar. Entregando cartas no Brasil ele podia conhecer um pouco de um dos melhores paises que ele tinha feito, conversar com aquele povo alegre, usar roupas bem coloridas e andar de bicicleta. Bikes faziam parte do dia-a-dia de deus nos ultimos tempos, sempre que ele andava de bike ele via tudo mais colorido, mais alegre, mais feliz.
Quando ele chegou no Brasil a primeira decepção foi ao descobrir que ele precisava passar num concurso pra ser carteiro. Ele tentou do jeito mais facil, mas as 3 pessoas pra quem ele ofereceu qualquer coisa em troca das roupas e da bicicleta não acreditaram que aquele gordinho de sotaque estranho fosse deus. A quarta tentativa foi um assalto infeliz. Tentou roubar de um senhor de idade de uma cidade pequena, mas levou uma surra com a bolsa de cartas. As cartas eram muito mais perigosas do que pareciam, mas pra quem tinha construido o universo em 6 dias, desistir não era uma opção. Fez o concurso. Não passou. Apesar de ser deus, aparentemente ele não era inteligente o suficiente pra subir numa bicicleta e entregar cartas. Tentou de novo o concurso.
Nisso passaram anos em que deus estava na terra, tentando ser carteiro. Passou mal da segunda vez e não foi chamado. Na terceira vez ele resolveu estudar, passou na prova teórica em primeiro lugar e reprovou no teste fisico, devia estar gordo demais. Na quarta vez ele já tava de cara, mandou tudo pra puta que o pariu e tomou um porre tremendo antes da prova. Ele não se lembra de ter feito a prova, mas muitas pessoas lembram. Ele chegou no local de provas extremamente bebado e chapado, não conseguia achar a carteira e ficou sentado no chão até fiscal de prova chamar a atenção dele, ela era muito gostosa. Quando a prova começou ele ficou boa parte do tempo passando cantadas nela e em menos de 15 minutos eles estavam transando na frente de 30 pessoas em cima da mesa. Todo mundo achou estranho, mas foi tudo muito rapido, depois do cigarro ele estava vomitando em cima dos proprios pés enquanto chorava pensando na Deusa. Depois de muita confusão e reclamações ele conseguiu desmaiar na carteira em cima da prova que ficou com poucos resquicios de vomito graças ao fato dele ter babado muito enquanto dormia na prova. Quando acordou de sopetão devido a um pesadelo ele se mijou nas calças e incitou a ira nas pessoas. Alguns diziam que ele não podia fazer a prova naquelas condições e outros suspeitavam que ele estava cagado. Saiu para fazer um lanchinho (só porque tinha dado uns pegas nas fiscal gorda, porque isso não era permitido) e voltou com os olhos extremamente vermelhos e um puta cheiro de maconha. Terminou a prova em 5 minutos e vomitou no cara do lado antes de sair. Gabaritou a prova graças a Dircelene, a fiscal gorda, vesga e dentuça da sala dele. Pra prova fisica dessa vez ele resolveu se preparar. Bebeu cinco vezes mais do que na prova escrita. A Dircelene estava aplicando a prova, a unica coisa q ele precisou fazer foi permitir um fio-terra nervoso e nojento.
Meses depois ele estava de Bike, vestindo roupas azuis e amarelas, feliz, com uma bolsa cheira de cartas e boas inteções e foi atacado brutalmente por um dos caras que tinha feito a prova com ele. Ele lembrava vagamente do cara estar todo vomitado e ter sido expulso da sala por ter atrapalhado os demais concorrentes. Enquanto apanhava do sujeito, pouco antes de perder a consciência ele ouviu o cara dizendo que tudo era culpa dele e que ele devia estar usando aquelas roupas e andando com aquela bike maneira. "Essa bike é realmente maneira" pensou deus antes de entrar em coma. Ele acordou 7 meses depois, ainda em recuperação e com a certeza de que ser carteiro era uma das melhores decisões que ele tinha tomado na vida.
03/11/2011
Concrete Jungle
Boa tarde Macacos de todo o Brasil, falando de mais uma tarde fria de quinta-feira, através de deus ou vice-versa, com um sorriso no rosto e um abraço quente companhia. Hoje eu gostaria de anunciar algumas novidades, falando aos ouvidos dourados da nossa juventude macaquinha entregando uma mensagem transcendental, que vem de outro lugar, outros tempos, que somente aqueles com espírito primata pode receber, aqueles com quem deus quer falar.
De uma selva de pedra distante, mas tão assustadora e bonita quanto as nossas, um pequeno macaco pulava de galho em galho numa das maiores metrópoles do país. Muitas pessoas poderiam observar esse ato da natureza de suas janelas, mas pouco se importavam com macaquinhos alegres pulando por aí. Em uma das janelas, com uma postura firme, usando camisa branca e gravata vermelha, pronto pra rotina de trabalho, engomado com uma mão para trás e tomando delicadamente o seu chá da caneca na outra mão. Era destro, com olhar baixo, fixo, frio e firme. O olhar parecia ser capaz de matar um desavisado que cruzasse sua vista por acidente, mas o olhar era perdido, distante, automático. Aquele adulto em pé na janela não via o macaquinho. Só via concreto, vidro e uma sujeira verde e grande por todo o lado de fora do seu pequeno apartamento. Era selva e pedra demais para uma pessoa só. O macaco se virou, colocou o chá restante na pia, juntou a pasta de tecnologia de cima do sofá velho e sujo e abriu a porta. Parado em pé com segurando a maçaneta enquanto se equilibrava para sair de casa, sentia o vento forte no corpo, os pássaros e outros animais voavam e faziam suas coisas com muitas cores e sons, estralos e rapidez, naturalmente lindo, magicamente adaptado as loucuras da civilização. Como havíamos nos tornado tão civilizados? Esse é o grande mistério.
25/10/2011
23/10/2011
Atividade de domingo quando
Ócio?
Sim?
Posso falar com o senhor por um minuto??
Claro, claro.
Montenegro está pintando paredes de novo.
Bom, bom. Muito bom.
Montenegro era um senhor de idade que parecia viver em um mundo completamente diferente. O Senhor Ócio era um senhor de quem ele tinha medo, gordo, com roupas velhas que vivia sentado em uma poltrona, tomando chá e com um jornal nas mãos. Para fugir desse homem aterrador que nunca se movia, Montenegro se escondia cada dia em quartos diferentes. Era um homem alto, com um cabelinho compridinho e cavanhaque, de trejeitos meigos e malucos. Cada dia se escondia em um quarto diferente, fugindo de um homem que ele nunca tinha visto. Poucos dias atrás ele tinha começado a jogar tinta nas paredes do quarto e já tinha feito isso em 34 lugares diferente da mansão do senhor Ócio.
19/10/2011
Homem Macaco.
Tu não se liga na estrada não me viu no ponto, só embarco na viagem se tiver desconto.
Se alguém puxa a cordinha ele logo para, você só pode estar zoando com a minha cara.
Então ouça o que eu digo ou vai se foder, se tu quer virar gente grande ainda vai ter que crescer. (setuqué)
Na estrada da vida não se tem destino, o importante é que não falte pouso, água, larica e fino.
Um zoológico ambulante cheio dessa massa, macacos enlatados já não tem mais graça.
Acenda essa bomba, use a imaginação. Não seja adestrado nesse mundo cão.
Mantenha a mente aberta pra poder voar, só não cague no seu ninho se quiser voltar.
Homem Maduro, Homem Macaco.
Dance como eu danço, faça o que eu faço.
Homem Moderno, Homem Primata.
Andando na selva de pedra com uma bela gravata.
E se a cabeça for fraca, de um soco na mente, siga seus instintos e seja obediente.
A vida é um instante na eternidade ou lixo reciclável de uma bela cidade?
Em um momento o mundo gira dentro de um segundo, no tempo certo o universo é imenso e profundo.
As dez p/ 4 me alimento com uma manga rosa, às 4:20 a viagem vai ser poderosa.
Cada semente jogada a mãe terra adota e se criar raízes não existe volta.
Se disperse, se misture e faça amizades, o importante dessa trip é divulgar a verdade.
Espalhe conhecimento que o tempo voa, faça a sua parte e fique numa boa.
Homem Macaco, Homem Maduro.
Não adianta pensar nisso, não existe futuro.
Homem Primata, Homem Moderno.
Não quer mais usar gravata, mas combina com o terno.
Isso é a letra de uma música que eu fiz no ônibus esses dias, entre as muitas estradas da vida. Digitei com uma frase a menos no blog. E agora eu fiz umas pequenas alterações.
Homem Macaco toda quarta.
18/10/2011
A Segunda Rodada Começa
E Freud sai na frente com uma trinca de damas no colo e fumando um charuto suspeito. Luke Skywalker está decepcionado com a sequencia incompleta.
A terceira rodada começa confusa, parece que Freud está atirando pecinhas em Hitler enquanto imita o barulho de metralhadoras com a boca. O General Alemão irritado tira uma pistola antiga do bolso e começa a atirar bolinhas de tinta na direção de Freud. As tres damas estão sentadas no colo do Little Han preso na cadeira, soltando baforadas de fumaça pra dentro da sua mascara. ''KILL BILL, KILL BILL!'', cinco petelecos na orelha e a torcida vai a loucura, Bill está fora do jogo. Perto do final da torcida o clima entre Lúcifer e J.C. está parecendo com o de um campo minado, qualquer movimento em falso e uma bomba pode explodir. Lúcifer olha friamente para os olhos na máscara do Darth Vader.
O que acontece dentro do capacete é um grande mistério. Luke fala aos ouvidos da máscara que J.C. devia fazer um ataque surpresa e lançar os avioes. O que ninguém sabe é que aquela máscara é na verdade um potente vaporizador Volcano 3000 série portátil especial Star Wars. Dentro dessa máscara, J.C. tem a combinação perfeita da fumaça resultante da combustão quase que instantânea do produto e oxigenio, para que não morra asfixiado. Como ele possui a habilidade de ressuscitar depois de 3 dias, quase todo o seu stash de 100 g está na máscara. De Repente J.C. se ve em uma sala de comandos espaciais, com estrelas brilhando e explosões de naves e tiros lasers para todo o lado. Então começou a sentir tudo balançar e se deu conta Luke já estava arremessando aviões em Lúcifer que virava a mesa em um movimento instintivo depois de ser acertado no olho.
Jesus Cristo abriu os braços e tudo começou a ficar devagar e borrado. Deus estava em pé, olhando para toda aquela bagunça. Só depois de um tempo que aquela galera percebeu o que estava acontecendo. Deus estava soltando fumaça pelos olhos vermelhos. Todos temiam pelas próprias vidas. Lúcifer foi o primeiro a falar:
- Senhor - dizia ele com a voz meio esganiçada e movimentos desesperados. - Não é Justo, eles me tiraram do sério.
- Você perdeu Lúcifer - disse deus calmamente. - Aceite sua derrota.
- Mas senhor...
- Senhor, Senhor - Lu foi interrompido por Freud que falava rapido e de forma pomposa. - Poderia pedir ao Senhor Hitler que parece de atirar em mim?
- Pare de tentar matar judeus Hit - disse deus sério.
O clima tenso já estava abaixando. Todo mundo já tinha aceitado o fim da partida, Luke pegava o vaporizador Dath Vader Style e brincava com o sabre de luz enquanto J.C. finalmente percebia o que tinha acontecido. Começou a correr de um lado pro outro gritando ''Ganhei, ganhei'' e Looser'' toda vez que passava do lado Elfo com o diabo no corpo. O loirinho ficou enfurecido da sala e saiu batendo bota e fazendo barulho enquanto balançava a capa dramaticamente. Luke saiu atrás gritando ''Eu sou seu pai'' e balançando eroticamente o sabre de luz.
Fim da partida. Hitler se atraca com a moça de amarelo e sangue no sofá do canto. Nieztche e Freud estão fumando haxixe, charutos e brincando com farinha. Lúcifer deixou o recinto acompanhado de Luke que estava tentando provar que era seu pai. Jesus acende uma vela pra comemorar a vitória e solta fumaça na cara das moças sentadas do colo velho amarrado na cadeira.
17/10/2011
A Pedidos
Está começando nessa noite uma incrível partida de War, um jogo de tabuleiro muito popular e que hoje vai ser o palco de uma grande disputa. Seis participantes em duas equipes que se enfrentam para decidir que dominara a raça humana na terra. De um lado, com as peças verdes escuras, usando uma boina de lado e um bigodinho pequeno acompanhando o nariz, está Hitler, com uma jaqueta do Exército Brasileiro, um shorts florido e havaianas nos pés. As havaianas parecem cansadas.
Com peças vermelhas, olhos azuis calmos e serenos, com o cabelo liso, dourado e comprido, Lúcifer. Com um ar altivo, sério e cativo. Usando uma capa de seda vermelha presa no pescoço em um laço fenomenal, parecia aquele garoto elfo do senhor dos anéis. Seus companheiros já estão definidos, sábia escolha. Com o peito musculoso nu e usando uma calça de couro e botas igual as do Luan Santana, o seu único comentário é que ele tava com o diabo no corpo.
Estranhamente o jogo de war já está ficando com cara de poker. Kill Bill está usando amarelo. Uma moça magra que parece estar suja de sangue, faz parte da equipe do Lúcifer. O terceiro membro da equipe HELL é um senhor de idade usando uma camisa de força e uma espécie de focinheira, preso a uma cadeira de rodas e acompanhado do nosso Ilustríssimo Senhor Freud.
Freud nos acompanha essa noite, ajudando o senhor Hannibal Lecter no controle das peças brancas da partida.
Nieztche está na partida, usando uma fantasia de Boto Cor-de-Rosa, jogando com as peças azuis pela Equipe de Hitler e J.C., a grande estrela da noite. Nosso Senhor Jesus Cristo da Paixão, filho de Nossa Senhora da Fé Iluminada. O filho do Excelentíssimo Senhor de Todas as criaturas estava vestido de branco, com um manto vermelho como de costume, mas usava uma mascara do Darth Vader, em homenagem a cor de suas pecinhas no jogo e ao Luke Skywalker, seu consultor aeroespacial para batalha.
Começam a rolar os dados. J.C., Hitler e a Mamba Negra tiram 4. O cara na camisa de força está tendo dificuldades para jogar os dados enquanto Freud está cheirando seu remédio pra entrar com tudo nessa noite. Nieztche tira um 5 e Lúcifer tira 2. Depois de muita discussão Freud começa a partida sem ao menos jogar os dados, colocando uma pecinha branca na Europa. A discussão continua e Deus é chamado para exercer seu papel de juiz na partida, ele será responsável por julgar quem está com a razão no jogo. Como a partida ainda nem começou, deus continua ignorando os pedidos de J.C. pra recomeçar a partida e redistribuir as cores. "Você tá com medo porque preto só faz cagada né?" Jogo baixo de Lúcifer, essa provocação deixa o filho do Todo Poderoso puto da cara e os centros estratégicos são distribuídos. O carteador entrega as cartas em um movimento rápido.
Hitler tem Moscou e Oriente Médio, Hannibal tem Alemanha e Otawa, enquanto Nieztche tem Austrália e África do Sul. Brasil e Egito ficam com J.C., que não está muito contente com a sorte. Kill Bill toma conta de Japão e Nova York; China e Inglaterra ficam com Lúcifer. Freud começa a perguntar em quanto está os blinds e afirma que vai de all-in porque está com um Full-House de Ás e Reis. Acho que Freud exagerou na medicina dele. Deus está sendo convocado novamente, mas ele continua mexendo no Facebook e fazendo carinho na marmota verde-limão deitada no seu colo
Deus assobia e todo mundo pensa que a partida finalmente começa depois de tanta preparação. As peças estão distribuídas pelo tabuleiro e todo mundo tem dois aviões para usar na primeira rodada. Hannibal começa a partida tentando conquistar a europa. Nieztche tem a totalidade da Oceania e parte na direção da Ásia. Hitler quer destruir todas as peças brancas, atacando Hannibal e Lecter em todas as divisas possíveis. Beatrix Kiddo usa os ensinamentos de Pai Mei, para se propagar pela Ásia. J.C. usa seus avioes em um golpe de muita sorte e vence as barreiras de Lúcifer que tenta o contra-ataque pelo México.
Fim da primeira rodada, todos estão tensos, mas prestam muita atenção na partida.
Eu tinha escrito muito mais coisas, que eram pra ser divertidas, mas por algum problema eu perdi quase todo o meu texto. Amanhã eu reescrevo.
Marcadores:
Apocalipse,
Conspiração,
Contos,
Crise Mundial,
Demônio,
Deus,
Drogas,
Hitler,
J.C.,
Nazismo
14/10/2011
Um lugar onde
Minha boca tem gosto de manga e pamonha, agora é Altônia-Pérola o nome da cidade, uma outra do velho oeste. Arenosa, empoirada, mas não porque estava abandonada, e sim por que vida havia lá. Lá era distante, era bonito, calmo, tranquilo. Seu Zoney não tava lá, mas deus estava, de férias tirando uma soneca numa rede preguiçosa, laranjada. Quando de repente Thiagaun apareceu no sonho.
Deus tava de boa, quase sonhando acordado, andando nas ruas de Curitiba com araras verdes e brilhantes voando ao seu redor deixando rastros de luz, no entardecer magistral de um dia depois da chuva. O clima era doce como o gosto do papel na boca. Como a vida era bela no sonho de deus. Foi entao que ele percebeu que tava sonhando, nadando em nuvens e girassóis, rolando na grama como um gato tendo um ataque epilético, com moças travessas jogadas na lama.
13/10/2011
Meio Sobrenatural
Quando se começa a contar uma história, os personagens precisam ser apresentados. Para quem ainda não sabe, deus é como se fosse um carinha vendo o circo pegar fogo, pra depois pensar em algo pra fazer. Diz a lenda que ele trabalhou uma vez, muitos milhões de anos atrás, durante seis dias e depois entrou de férias. De lá pra cá o que ele faz é um grande mistério, mas é muito provável que em dias de chuva ele não saia de casa. O lance na verdade é que deus conhece muita gente e muito perguntam sobre elas. Satanás por exemplo ele conhece um gato. Lúcifer ele lembra que jogava War com o J.C. em dias de chuva.
Algumas pessoas que ele conheciam, eram pessoas especiais, eram como se fossem outros deuses. Alguns aliás, tinham consciência disso, outros todavia, agiam como meros mortais. Mas nas ruas de cada cidade que andava, deus reconhecia nos semblantes aqueles que tinham tanto poder quanto ele, mesmo não sabendo, ou fingindo não saber. Certa vez deus estava andando por uma cidade, tudo parecia deserto, o vento assoviava solitário. O único som audível vinha de uma gaita em algum bar longe dali. A cidade parecia amarronzada, e deus achava que estava visitando o velho oeste. Ele normalmente perdia a noção de tempo e espaço, cada dia para ele era como se fosse algo inexplicável e atemporal. Enquanto deus andava nas ruas de Pitanga VelhOeste, em Curitiba ao mesmo tempo, deus trocava uma ideia com Adam Douglas debaixo da chuva.
Anyway, a noite caía enquanto deus explorava as ruas eram de pedra, com um silêncio assustador quebrado pelo forte pio de um pássaro agourento voando sobre sua cabeça, e alguns agitos inquietos na vegeteção, foi quando deus viu uma luz azul piscando no meio das arvores. Quando ele se aproximou tentando entender o que era aquilo, ele viu que tinha o formato de uma camisinha e brilhava com uma luz forte e florescente.
Nada mais se via, até que de repente a camisinha azul florescente sumiu e alguém começou a andar na direção de deus. A principio ele não reconheceu a figura, de barba ruiva e chapéu na mão, vinha um cara com o cabelo vermelho, um sorriso maroto, palitando os dentes com um pequeno galho de cânhamo, com uma camisa preta e reluzente semiaberta, estufando os peitos enquanto arrumava a gola, baixinho, o cinto de emo chamava bastante atenção, com muitas lantejoulas e um all-star colorido e surrado no pé. Ele foi se aproximando de deus com a vista torta, olhando meio de lado, enquanto uma moça esbelta de uns treze anos saia de trás dele correndo seminua, segurando alguma coisa nos braços.
- Thiagaun, - disse deus- eu não vejo você desde o dia dos namorados.
- Como é que é? - disse o caubói confuso coçando a cabeça e mastigando o galhinho.
- Uns dois anos atrás? - disse deus.- Não tá lembrando??
- Óia, eu num tô lembrado nem de conhecer o sinhor - disse o baixinho olhando torto.
- Não tem problema, talvez você estivesse muito bêbado, ou eu, ou quem sabe isso nem aconteceu ainda. Sei lá.
- Oce tá me chamando de bêbado?
- Não, de forma nenhuma. Deixa pra lá - disse deus meio agitado. - Afinal de contas, o que tem pra fazer nesse lugar?
- Eu tava me divertindo com uma lady ali - disse thiagaun meio carrancudo apontando pro mato de onde ele e a moça seminua sairam. - Caso você não tenha percebido a sua presença atrapalhou o caminho da natureza.
- Você quer dizer que não tem mais nada pra fazer além de praticar pedofilia ao ar livre e ficar trancado dentro de casa?
- Aceita chá?
- Claro.
Foi assim que deus conheceu o filho do cara que estava quase de partida para o Inferno, pensando em fazer uma reforma por lá: Seu Zoney.
Assinar:
Postagens (Atom)