Era o que ela vendia, natural, com predominância verde, mas bem colorido. Era coincidência que seu nome fosse Eva, mesmo seus clientes afirmando que ela vivia num jardim. A garota que recém completara dezoito anos, ajudava sua vó na floricultura e mantinha as mesmas paixões de florista. A família dela tinha fama de bruxaria, por indicar chás ou outras ervas, que eles mesmos cultivavam, como forma de tratamento alternativo, para diversas doenças. Foi assim que a garota conheceu a "Erva".
A avó chamava de cânhamo, e usava como chá ou tempero, fervendo as folhas ou usando as sementes. Mas a menina quando entrou na adolescência descobriu que podia ser fumada para dar barato. Como todo mundo nessa idade, que passa por uma fase rebelde, a garota começou a fornecer para os coleguinhas com treze anos de idade. Desde então ganhou o apelido: Eva Verde.
Se envolver nesses negócios trouxe maturidade para garota que não era mais vista como uma menininha. Ela tinha um visual meio dark, sempre com roupas pretas, piercings e tatoos pelo corpo. O cabelo mudava bastante de cor, "de acordo com o humor", dizia ela. Depois que a vó morreu, ela estava sozinha tocando os negócios que havia herdado e vendendo mais maconha que nunca. Tanto é que agora, chamava a atenção da polícia, e consequentemente, do seu concorrente traficante, "Barão da Branca".
Mas a principio nada mudou em sua vida, prosperou muito nos negócios, sem ter problema algum. Da maneira como as coisas estavam indo não demorou muito para que ampliasse seus investimentos. Estava tomando grandes proporções, contratando muitos funcionários e criando uma rede de distribuição. Ela tinha comprado um sítio e cuidava de uma vasta plantação, que ela observava, da varanda de casa, todos os dias.
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