- Estou bem Tim, trouxe meu produto - disse o Barão tirando um saquinho do bolso interno do seu paletó branco risca de giz. Exatamente três gramas de um pó branco reluzente estavam numa capsula dentro do saco transparente, que ele arremessou para o gordinho com sotaque. - E você como está?
- Oh Mister White - respondeu Tim segurando o produto entre as mãos em frente ao coração, como se estivesse rezando. - Estou muito bem, Deus tem sido muito generoso comigo. Obrigado Mr. White.
Em cima da mesa de centro, de frente para o sofá, repousava um espelho com uma carreira de cocaína e uma nota de cem enrolada. Quase por instinto, o Barão olhou-se no espelho e cheirou a carreira, sem usar a nota. Estufou o peito enquanto aspirava toda a substância e então deu um tapa no próprio rosto. As duas jovens que estavam sentadas no sofá se impressionaram.
- De onde isso Tim - perguntou o cara de branco limpando o bigodinho. - Não é ruim.
- Essa é do Rubens, Mr White - respondeu o gordinho enquanto se sentava e abria seu pacotinho. - Não se compara a sua, mas o preço é bom, 15 barão.
- Tem um espelho maior?
- Um espelho para o Mr. White - disse o baixinho para um rapaz que estava na porta do estúdio fotográfico. O jovem saiu e retornou com um espelho mais ou menos do tamanho de sua cabeça e entregou para o homem de terno branco. - Quanto está o preço do seu produto Mr. White?
- Caralho, meus olhos estão super vermelhos - falou o Barão com espanto se olhando no espelho. Pouco antes de sair para fazer essa entrega, estava experimentando a erva de sua concorrente, Daninha. Repousou o espelho na mesa e tirou um colírio do bolso, que pingou com destreza nos olhos. - Sabe, hoje estou generoso Tim, 120 barão e estamos acertados.
- Quanta bondade a sua Mr. White - respondeu em agradecimento e cheirou uma carreira. Virou-se para o garoto e trouxera o espelho e ordenou: - Tom, vá buscar o dinheiro.
Continuação
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